domingo, 17 de junho de 2012

UNID. I - ATVI. 1.1


QUEM SOU EU
Eu sou LUCILIA e vou contar um pouco da minha história, nasci na Bahia e aos 7 anos minha familia se mudou para o município de Campinápolis Estado de MT, procurando uma vida melhor. Como os planos do meu pai não deram certo, três anos depois nós mudamos novamete, desta vez, para o estado de Rôndonia. Foi onde eu comecei a estudar com 10 anos de idade, até hoje me lembro do meu primeiro dia de aula pois para mim era um sonho aprender ler e escrever pois na minha família todos eram analfabetos.
A mihna primeira professora era muito bonita, tinha uma paciência enorme tratava os alunos com dilicadeza. Quando ia chamar atenção de alguém levava para uma sala ao lado para ningém ouvir o sermão. Eu aprendi lê rapido entre os melhores da sala fiquei em 2º lugar isso me deixava feliz. Quando cheguei na 3ª série, um dia passando pelo um grupo de alunos maiores, alguém me chamou de nega do codó e mais alguns outros apelidos. Me retirei devagar, minhas pernas parece que pesavam uma tonelada, aquilo me deixou triste angústiada. Chorei tanto, reclamei para os professores, mas ninguém fez nada! Senti uma dor tão grande que parecia que ia morrer. A partir daquele dia passei a ser uma criança isolada me afastava dos outros, pois, me sentia deferente parecia que eu era a pessoa mais feia do planeta.
Na minha casa tudo era difícil,  família carente, muitas vezes eu vi minha mãe chorando  porque queria dar algo melhor para nós e não tinha dinheiro, quando chegava dia das crianças, natal, ano novo agente não ganhava nada eu via as outras crianças exebindo os briquedos ganhados, aquilo me dava uma revolta tão grande de ser negra, pensava que papai noel não passava na minha casa por causa da minha cor.
Sofri muito na minha infâcia. Então coloqui um objetivo na minha vida que só me casaria quando eu tivesse uma profissão para que meus filhos não sofresse como eu.
Por causa das dificuldades, comecei trabalhar cedo de doméstica.
Em 1988 voltamos novamente para Mato Grosso, eu já estava com 15 anos e na 5ª série, fiquei sem estudar algum tempo pois fomos morar na fazenda, só em 92 voltei á estudar em Bom Jesus, as dificuldades eram muitas o meio de transporte era apenas cavalos e bicicletas, quem tinham. Eu e meus irmãos andavamos 36 quilômertos de ida e 36 de volta a pé empurando uma bicicleta velha com os alimentos de passar a semana em cima, todo final de semana faziamos esse percurso. Isso durou três anos seguidos e, durante a semana quando eu estava na cidade trabalhava de doméstica para me sustentar com roupas, calçados e o mais importante, os materiais escolares.
Estudava a noite, meu pai já era aposentado e o salário dele era pra sustetar as outras cinco pessoas  que ficavam na roça.
Enfim, terminei o tão esperado 3º ano do ensino médio. A partir daí, mais um desafio enfrentei, não conseguia arrumar outro emprego que não fosse doméstica, parece que as pessoas só me viam como doméstica. Então tomei a decisão de nunca mais trabalhar na casa de ninguém. Fiquei 3 meses desempregada até que me convidaram para trabalhar numa loja, lá trabalhei 8 meses, neste peiódo eu morava em Ribeirão Cascalheira. Então, em 2002, recebi um convite para trabalhar numa escola no municipio de Bom Jesus. Comecei a dar aula na escola Recanto Feliz em Nova Conquista. Daí pra cá nunca mais parei de estudar, fiz Proformação nível magistério, depois prestei vestibular e passei entre as 60 pessoas que prestaram eu fIquei em   24º  lugar.  Na faculdade passei por vários momentos difícies, mas venci. A faculdade  fez de mim uma pessoa capaz de pensar e tomar decisões, hoje posso dizer que sou uma pessoa livre e independente, aprendi a gostar de mim mesma me aceito do jeito que eu sou, amo minha cor, tudo isso aprendi na faculdade.
Casei, tenho duas filhas lindas que amo muito, graças ao meu Deus posso dar a elas tudo aquilo que eu não tive, ainda me faltam alguns sonhos que pretendo realizar, um deles é passar num concurso, pois, quero ser efetiva e deste sonho não abro mão.
Eu sou uma eterna apaixonada pela educação pois sem conhecimento não chegamos a lugar nenhum. Como diz Paulo Freire "se a educação sozinha, não pode transforma a sociedade, tampouco sem ela a sociedade a sociedade muda."














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